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6000 a.C
Na Geórgia - país entre o Mar Negro, a Rússia, a Turquia, a Armênia e o Azerbaijão - teria sido produzido o primeiro vinho na história da humanidade e já no processo dentro das ânforas de barro, chamadas de “Qvevri”. Portanto, é o método ancestral de fabricar vinhos, semelhante ao usado hoje nos vinhos de talha.
O INÍCIO
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2000 a.C
Início do plantio de uvas fermentadas em ânforas de barro, inicialmente pelos egípcios, babilônios, fenícios e, depois, pelos gregos. Com a ocupação romana na Grécia, os romanos são os responsáveis pela difusão do vinho pela Bacia do Mediterrâneo e, mais tarde, em todos os territórios colonizados do Ocidente.
MILENAR
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1500 a.C
Cananeus, povo que habitava uma região do Oriente Médio, usam ânforas no transporte de vinhos e de outros produtos no Egito. Até a Idade Média, elas ainda servem como local para se armazenar e servir o vinho.
TRANSPORTE
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1332 a 1322 a.C
O faraó Tutancâmon, que teria morrido por volta dos 19 anos, era um amante de vinho. Pelo menos foi o que descobriu o arqueólogo britânico Howard Carter, ao encontrar a tumba do 11º faraó da XVIII Dinastia do Novo Império em 1922. Alguns dos primeiros objetos encontrados foram vasos e ânforas, que dão testemunho da organização da viticultura no Egito. O faraó possuía seu próprio vinhedo, cuja produção era usada nos ritos dos funerais e culto aos deuses.
TUTANCÂMON
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30 a.C
O vinho aparece em diversas obras de arte que retratam Cleópatra, última governante do Reino Ptolemaico do Egito, e seu amante, o comandante romano Marco Antônio. Há evidências arqueológicas que a preferência da imperatriz adorava o vinho de Moscatel, especialmente elaborado, controlado e aprovado pelos provadores imperiais.
CLEÓPATRA
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33
O vinho é protagonista em muitos trechos bíblicos e ainda representa um forte símbolo do cristianismo. Sua presença mais marcante, contudo, é na Santa Ceia, quando Jesus teria reunido com os apóstolos para se despedir. Arqueólogos e historiadores têm provas substanciais de vinificação nas regiões que Jesus teria percorrido.
SANTA CEIA
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316
Nascimento, na Hungria, de Martinho de Tours, soldado romano que renunciou a profissão para se dedicar ao sacerdócio na França. Em sua homenagem, no dia 11 de novembro é comemorado o Dia de São Martinho, quando há uma grande festa, também da região do Alentejo, quando é celebrada a maturação do vinho.
SÃO MARTINHO
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1595
O vinho também é retratado nas artes. BACO DE CARAVAGGIO é uma das obras mais chamativas, ou talvez o termo correto seria, convidativas, do mestre Caravaggio. Seu famoso Baco mostra um jovem oferecendo uma taça de vinho para os seus observadores. A obra permaneceu “desconhecida” até 1913, quando foi encontrada em um armazém de Uffizi e então catalogada.
NAS ARTES
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1748
Talhas de barro são encontradas na redescoberta de Pompeia durante as escavações feitas por arqueólogos. As descobertas ajudaram os cientistas a entender melhor a vida do período do Império Romano e também a história do vinho.
AS TALHAS DE BARRO
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1757
Marquês de Pombal, ministro do Estado de Portugal, cria o sistema de controle que posteriormente daria origem à classificação D.O.C. - Denominação de Origem Controlada. Significa que o vinho foi produzido dentro de uma região específica com diversos tipos de controles. O Alentejo e seus vinhos de talha possuem esta classificação.
DOC ALENTEJO
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1876
Em seu “Relatório sobre os processos de vinificação dos principais centros vinícolas do sul do reino”, o professor e agrônomo João Ignacio Ferreira Lapa especifica o processo de produção do vinho de talha no Alentejo de “sistema romano”, com o objetivo diferenciá-lo de vinhos produzidos em outras regiões de Portugal.
RELATÓRIO
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1950
Início gradual do desaparecimento da produção de vinhos em talha com fins comerciais, devido à criação de adegas cooperativas no Alentejo. Praticamente apenas a casa José de Sousa em Reguengos de Monsaraz continuou com esta cultura.
RESISTÊNCIA
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2010
Produtores do Alentejo começam a perceber a importância da talha como fator de diferenciação, principalmente nos mercados externos carentes de originalidade, e começam a usar o processo para vinificar quantidades limitadas de alguns vinhos especiais. É o início do renascimento dos vinhos de talha que marcam a identidade do Alentejo.
RERENASCIMENTO
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2013
O “Qvevri”, na verdade, espécie de ânforas/vasos de barro é nomeado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. Trata-se do primeiro método de fabricação de vinho que se tem notícia na história da humanidade, há cerca 8.000 anos.
PATRIMÔNIO
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2018
Anúncio da construção do Centro Interpretativo do Vinho de Talha, em Vila de Frades, obra com investimento de cerca de 600 mil euros. Quando finalizado, o local irá apoiar a candidatura do vinho de talha como Patrimônio Imaterial da Humanidade e ainda promover a valorização desta arte e modo de fazer vinho que remonta à época romana.
VALORIZAÇÃO
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2019
A produção de vinho de talha DOC Alentejo, na colheita de 2019, atinge a marca de 92.866 litros, o equivalente a cerca de 100 mil garrafas. Os números são animadores para os vinicultores que apostam na busca cada vez maior dos consumidores por produtos saudáveis, menos processados e fabricados com métodos tradicionais.
SUPER COLHEITA